sábado, 29 de setembro de 2012

Sobre coisas bestas que me arrasam

Eu sei que tenho coisas muito mais importantes para me preocupar - e elas me preocupam -, mas a noite de hoje foi decepcionante. Sou avoada e minha memória para datas é uma lástima. Para horário então... Preciso sempre anotar coisas importantes num caderno ou pedaço de papel, mas só faço isso no trabalho, onde lembrar essas coisas é bem mais essencial.
Mas eis que hoje teve o Global Citizen Festival, com transmissão ao vivo pelo YouTube - e pelo Multishow, conforme descobri depois. Só me liguei quando vi um post na fanpage do Black Keys no Facebook - e nem estava em casa, tinha saído para outro compromisso (a.k.a. encontrar amigos e colocar a conversa em dia). Pensei "putz, é hoje! Mas dá tempo de chegar em casa para assistir". Maldito fuso horário: confundi tudo e quando acessei o site já estava no meio do show do Foo Fighters (Black Keys tocou antes). Eu quase chorei - OK, envergonho-me de admitir isso. Ainda estou na esperança de alguém colocar o show para download, mas tão logo li que só tocaram músicas dos três últimos álbuns, não me senti tão arrasada.
Daí fico sabendo que o Lollapalooza vai divulgar a line up de 2013 na segunda-feira. Fortes boatos apontam Black Keys como uma das atrações. Só que esqueci também de me cadastrar no site do Lolla para comprar ingressos antecipadamente e com desconto - o alívio é saber que só vale para os três dias de festival, que mesmo com desconto o preço já deve ser muito salgado e, portanto, compraria no máximo para dois dias se as bandas compensarem muito.
Agora fico uma groupie toda #mimimi, ainda mais por descobrir só depois que o Dan Aurbach também subiu no palco do Global Citizen Festival para tocar Rockin' In The Free World com Neil Young & The Crazy Horse. Isso porque a TV estava ligada no show do Young, mas eu só estava ouvindo - e curtindo - as músicas. Mereço ou não ficar arrasada com essas coisas bestas por ser uma abestada?

domingo, 23 de setembro de 2012

Fim de férias

Eu imaginava que não fosse levar a sério aquela lista que fiz das 10 coisas que pretendia fazer nas férias. De todas, só fiz mesmo três - e sem tanta seriedade assim, embora tenha estudado inglês com afinco. Aquela história de testar receitas resultou em dois atentados que não me agradaram. Bah, não estava com paciência nem ritmo para me dedicar à cozinha.
O ócio até que me fez bem. Deu para colocar em dia aquela área do cérebro dedicada ao acúmulo de cultura inútil. No começo até sentia culpa, tipo "que m*, é assim que vou ocupar meu tempo livre?" - quando não estava na aula de inglês ou fazendo minhas lições. Mas depois, pensei "dane-se, as férias são minhas e vou usar meu tempo como quiser!"
O máximo é que alguns dos meus passatempos "inúteis" renderam ótimos exercícios de listening: assistir a vídeos sem legenda do Saturday Night Live e ao stand up de Dana Carvey (S2), com cerca de 80% de compreensão do conteúdo. Eu precisava deixar a preguiça de lado para perceber que meu inglês não estava tão enferrujado assim, só precisava de uma polida - e agora é manter para aperfeiçoar.
Consegui ver as exposições do Masp (Caravaggio e outras exibições), do CCBB (Impressionistas) e do Sesc Pinheiros (Fellini). Fui ao cinema duas vezes gastando pouco (via Catraca Livre, no Reserva Cultural). Comi muita porcaria, mas reservei espaço para comidinha saudável. Fiz aquilo que deu vontade, sem a neurose de quando viajo ("preciso fazer tal coisa para otimização do meu tempo e aproveitar que estou em X lugar").
Tentei dar uma poupada no dinheiro - bem, acho que consegui - para investir em outras coisas, por exemplo, no ingresso para ver o Black Keys no Lollapalooza ano que vem, no Brasil! Ou para viajar da próxima vez sem preocupação. Ou para fazer algum curso. Ou para comprar aquela bicicleta dobrável com a qual tenho sonhado.

Agora, é tentar sobreviver à volta. Seja lá como for.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Notas cinematográficas

Rocky: Eu não lembrava muito da história - tinha visto o filme apenas na minha infância -, mas não é que é bom? Típica história de superação tendo boxe como tema, mas o roteiro de Sylvester Stallone (sim, ele escreveu) é bom e a narrativa flui bem.

Na estrada: Nunca li a obra de Jack Kerouac, então não posso entrar nos méritos de o filme ser fiel ou não. Mas vindo do Walter Salles, esperava mais. A Kristen Stewart tem uma atuação um tando risível, com aqueles gemidos de orgasmo falso. Não consegui simpatizar com nenhum dos protagonistas - OK, um pouco com o Sal Paradise - e achei o enredo muito arrastado.

Cowboys e Aliens: Pobre Harrison Ford, ninguém oferece um projeto cinematográfico decente para ele. Imagino que a graphic novel seja um horror também. E para o meu azar, tem o Sam Rockwell ultra-desperdiçado.

Irmão de Sangue: Interessante tragicomédia, se considerar que o Edward Norton interpreta dois protagonistas - os gêmeos Bill e Brady. Fora isso, aposta em uma trama boba e em um final que merecia muito mais.

Ned Kelly: Adaptação livre da biografia de Ned Kelly, famoso fora da lei australiano. Peca pelo melodrama desnecessário, que tenta justificar as ações violentas de Kelly e seus comparsas. Mas para quem tem interesse em saber mais sobre a história da Austrália, até que é eficiente.

O Despertar: Nos primeiros 10 minutos percebi que o filme não chegaria lugar algum. O que é uma pena, já que os aspectos técnicos são bons e tem um ótimo elenco.

Biutiful: Drama chato de Alejandro González Iñárritu com Javier Bardem, que mistura espiritismo com culpa para narrar os últimos dias de vida de um homem com câncer, sua ex-mulher bipolar e os coitados dos filhos. Parece um novelão.

A Coisa: Prequel pobrinho do ótimo Enigma de Outro Mundo (um dos meus favoritos de horror, diga-se). Tem lá seus bons momentos e os efeitos valem a pena, mas as situações assemelham-se mais a um remake, de tão parecidas que são.

Adorável Julia: Julia Lambert tornou-se uma de minhas personagens favoritas do cinema - e considero a melhor atuação de Annette Bening. Conta a história de uma famosa atriz de teatro que entra em crise, até redescobrir a felicidade ao arranjar um jovem amante. 

Short Cuts: Não vi tanto filme do Robert Altman assim, mas ele é um dos meus diretores favoritos. E alguns anos antes de Paul Thomas Anderson lançar seu drama com múltiplos personagens - e 3 horas de duração - Magnolia, Altman dirigiu esta comédia dramática ainda melhor e com um elenco fabuloso. Altamente recomendado.

Anthony Zimmer: O terrível O Turista foi baseado neste charmoso (e nada mais) thriller francês sobre troca de identidade e paixão. Vale a pena para servir de comparativo com a megalomania de Hollywood em achar que bastam dois astros do primeiro time para uma refilmagem dar certo.

A Proposta: Outro filme australiano envolvendo foras da lei, mas com roteiro original de Nick Cave - sim, o próprio. Superior a Ned Kelly, conta com a direção firme de John Hillcoat (de outro filme imperdível, A Estrada). 

A Vida de Outra Mulher: Faz tempo que o cinema francês passou a apostar em filmes mais leves e até com uma certa cara de made in Hollywood. Nesta eficiente comédia romântica estrelada pela maravilhosa Juliette Binoche e pelo meu querido Mathieu Kassovitz, dá até para sentir um eco de Um homem de família, mas com menos açúcar e mais romance.

domingo, 16 de setembro de 2012

Desafio musical - parte 41

201) Uma banda com um baixista que você considere inútil: Sex Pistols, Anarchy in the UK
Quer dizer, o cara nem sabia tocar baixo quando entrou pra banda. Aliás, quem toca em Anarchy in the UK é Glen Matlock - o Sid só posava de baixista.


202) Uma música cujo título tenha 7 letras e nenhuma repetida: PQP, vou lá saber!

203) Uma música para dirigir na contra mão: The Cardigans, My Favorite Game
Vale pelo clipe.


204) Uma música para destruir paredes e objetos grandes: Audioslave, Cochise
Cada item neste desafio que vou falar... hahaha!


205) Uma música para quando tudo dá errado: Ben Folds Five, Mess
Poderia ser Why does it always rain on me?, do Travis, mas já a usei em outro item.


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Meu lado 'besteirol'

Qualquer pessoa que queira usar algo contra o meu jeito de ser tipo "oh, como sou intelectual, não perco meu tempo vendo bobagens como filmes do Ashton Kutcher e qualquer reality show que envolva fazendas e nomes inspirados em livros de George Orwell", basta dizer: "você assiste filmes do Will Ferrell E gosta dele".
Sim, Will Ferrell é um dos meus guilty pleasures do mundo do besteirol. Vejamos: Escorregando Para a Glória é incansavelmente engraçado; Ricky Bobby e Quase Irmãos são estupidamente divertidos; O Âncora e Dias Incríveis são bestas até dizer chega (mas no fundo você quer mais). Fora as pontas e papéis menores e memoráveis que ele faz em outros filmes (Starsky & Hutch, Penetras Bons de Bico, Austin Powers, Zoolander...). Sim, sou fã dele - ou não teria gasto o equivalente a 20 e poucos reais para assistir a Os Outros Caras em um cinema neozelandês.
Recentemente estive usurpando a conta da minha irmã no Netflix para assistir às compilações no estilo "o melhor de...", do Saturday Night Live, e só do Will Ferrell são três volumes. Vi todos, claro. Além de engraçadíssimos, os personagens dele são inacreditáveis - tanto é que vários atores e convidados que atuam com ele se seguram para não rir.
Mas, dessas coletâneas do SNL, o especial de Dana Carvey é ainda mais absurdo. Conhecido como o Garth Algar de Quanto Mais Idiota Melhor, Carvey é um dos sujeitos mais engraçados do mundo. Desde o hilário vídeo de audição para o programa, sua participação no programa foi uma pérola (baseando-me nas várias esquetes que já vi, gravadas entre 1986 e 1993). De Church Lady ao Presidente Bush Pai, passando por Woody Allen, James Stewart, Bob Dylan, Lyle (o heterossexual afeminado (?!)) e outros personagens, impossível não rir quando ele faz aquelas caras e bocas e solta a voz, articulando e entonando cada sílaba de forma cuidadosa para criar o efeito pretendido. 
Minha estupefação com o Carvey me fez baixar um episódio do SNL de 2011 no qual ele é o apresentador e convidado. Deu saudade de vê-lo junto com o querido Phil Hartman (comediante assassinado pela própria esposa, na época em que participava da ótima sitcom NewsRadio). E é tudo estranho, porque SNL faz parte de outra cultura e esses episódios antigos são raros de serem assistidos (quando tem no YouTube, a NBC dá um jeito de retirar), mas parece-me algo familiar, como se tivesse feito parte, sei lá, da minha infância. Talvez as piadas estúpidas de 20 anos atrás fossem mais engraçadas do que as piadas estúpidas de hoje.
Também aproveitei para conferir algumas esquetes de Chris Farley, morto de overdose em 1997. O cara era muito bom também - dá para perceber em alguns filmes de sessão da tarde, como Tommy Boy e Black Sheep. E, claro, a compilação de Jimmy Fallon, que percebi não ser tão incrivelmente engraçado quanto é lindo. E da era clássica, a brilhante Gilda Radner, que eu não conhecia. Ela é como se fosse uma das fundadoras do SNL, participando dos primeiros anos do programa ao lado de John Belushi, Bill Murray, Chevy Chase e outros. Estranhei não fazer ideia de quem ela era, mas daí descobri que tinha falecido no final dos anos 1980, em decorrência de câncer. Foi uma grande perda para a ala feminina do riso.


O famoso  bordão da impagável Church Lady (Dana Carvey) 

Espero ter mais assunto para o tema besteirol, que tem sido meu passatempo audiovisual favorito das férias. 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O último/ A última...


... filme visto: Não somos anjos
... filme visto no cinema: A vida de outra mulher
... episódio de série visto: S08E13 (The Comeback), de Seinfeld
... álbum escutado: Kasabian, do Kasabian (duh!)
... música escutada: Oh My Love, de Riz Ortolani
... leitura: Tales of Mystery and Imagination, de Edgar Allan Poe
... exposição visitada: no Masp (dentre as quais, "Caravaggio e seus Seguidores")
... viagem: a Campinas
... cerveja degustada: Kasteel Rouge
... vício: compilações de esquetes antigas do Saturday Night Live no Netflix

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Sobre grunge e Steve

No início da década de 1990, o cineasta norte-americano Cameron Crowe resolveu fazer um filme que tratasse de relacionamento amoroso tendo como pano de fundo o movimento músico-cultural que acabou ficando conhecido como grunge. Aliás, bandas de Seattle - cidade na qual o filme foi rodado -, como Soundgarden, Alice Chains e Pearl Jam, aparecem no longa. O tempo passou e Singles - Vida de Solteiro, tornou-se uma obra um tanto datada: uma comédia romântica descolada, que chama mais atenção pela trilha sonora e participações especiais (será que você conseguiria reconhecer Eric Stoltz, Chris Cornell, Tim Burton e o próprio Crowe no elenco?).
Apesar de não ser grande coisa, o filme é bastante simpático e vale a pena ser visto. No meu caso, valeu ainda mais por um motivo: o personagem de Campbell Scott, Steve. É de praxe esse gênero cinematográfico trazer heróis românticos sensíveis e capazes de arrancar suspiros, mas nem sempre eu me encanto muito - geralmente as caracterizações são tão forçadas para agradar o público feminino que me desinteressam. Mas Steve é aquele cara comum que espera para ver no que vai dar e é certeiro nas investidas. Seu interesse romântico é uma moça traumatizada com relacionamentos passados que acaba não colocando muita fé no rapaz, dá uma de difícil e de durona até sucumbir à "cantada abaixo":



Como se não bastasse Campbell Scott ter estrelado aquele romance meloso - e bonito - com a Julia Roberts intitulado Tudo Por Amor (ou Dying Young, no original), quase na mesma época ele ainda interpretou um cara como Steve. Como Scott nunca foi alçado a galã hollywoodiano (acho-o muito mais bonito, por exemplo, do que um Tom Cruise ou um Brad Pitt) é um mistério, mas talvez a escolha por papéis seguintes que fossem menos óbvios tenham direcionado sua carreira para produções mais artísticas e menos comerciais e papéis menores em grandes produções (vide O Espetacular Homem-Aranha, o qual ainda não vi).
Mas caso queria conferir um filmes bem leve e despretensioso, fica a dica: Singles. E não, não é preciso ser mulher para achá-lo bacaninha - mas se for, o Steve é um bom motivo para assistir.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Dez coisas que pretendo fazer nas férias

Não vou viajar nem tenho nenhum grande projeto, mas ainda assim pretendo:

01) Estudar inglês.
02) Ir a museus e a exposições.
03) Dormir até dizer "chega".
04) Chegar pelo menos à temporada atual de Breaking Bad.
05) Conferir algumas séries que nunca assisti (The Newsroom e Deadwood, por exemplo).
06) Escrever com dedicação para o Cine Splendor e para o 1001 Covers.
07) Tirar fotos sem racionalizar muito a coisa.
08) Testar receitas e reinventar outras.
09) Fazer exercício físico (= caminhar).
10) Terminar de ler Tudo sobre cinema.